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Brasil lê cada vez menos: pesquisa aponta perda de quase 7 milhões de leitores em 4 anos

Sumário

De acordo com dados recentes de uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), o número de leitores no país caiu em quase 7 milhões nos últimos quatro anos. O estudo, que faz parte da “Pesquisas de Hábitos de Leitura no Brasil”, aponta uma desaceleração preocupante no consumo de livros e outros materiais de leitura, refletindo um cenário de declínio cultural e educacional.

Em 2019, o Brasil tinha cerca de 104 milhões de leitores, mas, em 2023, esse número caiu para 97 milhões, representando uma redução de 6,9 milhões de pessoas que deixaram de ler regularmente. Essa diminuição não se limita apenas à leitura de livros, mas também afeta a leitura de jornais, revistas e outros meios impressos, além de destacar a dificuldade de se engajar com a leitura de forma consistente.

Entre os fatores que contribuem para esse declínio, a pesquisa aponta a falta de tempo, a crise econômica e o aumento do consumo de conteúdos digitais que competem com o livro impresso. As novas gerações, principalmente, têm mostrado um gosto mais acentuado por plataformas de vídeo e redes sociais, enquanto o ato de ler livros tem se tornado, para muitos, uma prática de menor prioridade.

A diminuição no número de leitores é mais do que um simples dado alarmante. Essa tendência pode acarretar vários riscos para a sociedade, afetando desde a educação até o desenvolvimento do país em diversas áreas, resultando no empobrecimento cultural. Além disso, a leitura estimula a criatividade, e o pensamentocrítico, competências fundamentais em um mundo cada vez mais competitivo e globalizado.

A pesquisa também revela que, além das dificuldades econômicas, há fatores estruturais que dificultam o acesso à leitura. A distribuição desigual de livros e a falta de bibliotecas públicas em muitas regiões do Brasil são outros elementos que agravam essa realidade. O aumento do custo dos livros, aliado ao desinteresse crescente por parte de grandes parcelas da população, limita ainda mais o acesso ao conhecimento.

É urgente que o Brasil implemente políticas públicas eficazes para incentivar a leitura e tornar o acesso ao livro mais democrático e acessível. O fomento à leitura nas escolas, a criação de novos centros culturais e a facilidade no acesso a livros digitais são algumas alternativas que podem ajudar a reverter esse cenário. O desafio agora é reverter essa realidade, garantindo que o país não perca o potencial de se tornar uma nação mais crítica, inovadora e educada.

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