Nesta terça-feira (18), por questões políticas, a mesa diretora da Câmara Municipal de Mossoró vetou a voz do SINTE na Tribuna Popular, por receio de que a fala do professor Rômulo Arnaud fosse estendida para a crise da educação no município. “Lamentamos essa postura. Hoje estava marcada a participação do SINTE, e infelizmente, na hora em que iríamos falar, nos foi informado que, por ‘questões regimentais’, nossa participação não seria possível. Uma desculpa usada para silenciar a educação e os trabalhadores”, revela o coordenador geral do SINTE-RN, Rômulo Arnaud.
A greve dos professores da rede municipal de Mossoró, iniciada na última sexta-feira (14), entra no quarto dia com uma intensificação do impasse entre a categoria e a gestão do prefeito Allyson Bezerra. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), que representa os educadores, convocou uma assembleia na manhã desta terça-feira (18) para avaliar o movimento. E, apesar das tentativas da Prefeitura de enfraquecer a luta, a greve continua crescendo, com a adesão de mais profissionais e uma indignação crescente.
Em vez de buscar uma solução para o impasse, a gestão de Allyson Bezerra tem tentado pressionar a categoria com medidas que, ao invés de resolver, parecem intensificar o conflito. Como se não bastasse, no terceiro dia de greve, a Prefeitura insistiu na realização das provas da Coordenadoria de Ações Educacionais (CAED), uma avaliação externa do Ministério da Educação (MEC), marcada para esta terça-feira (18/3). O objetivo das provas é diagnosticar o nível de aprendizagem dos estudantes da rede municipal, mas, com a adesão maciça dos professores à greve, a aplicação das avaliações corre o risco de ser prejudicada.
Enquanto isso, a categoria de professores continua em busca de uma solução que envolva o cumprimento das leis e uma negociação genuína, que leve em consideração as necessidades dos trabalhadores da educação. A recusa da Prefeitura em dialogar e atender as reivindicações da classe só faz agravar ainda mais a crise na educação municipal, afetando diretamente os estudantes, pais e a comunidade em geral.
O que se vê é uma prefeitura, com maioria na Câmara dos vereadores, que, ao invés de investir na valorização dos profissionais da educação, insiste em forçar a continuidade de um cenário de impasse. A gestão de Allyson Bezerra precisa entender que, sem um diálogo eficaz, as consequências para a educação serão ainda mais desastrosas.