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Pesquisa aponta que 9 em cada 10 estudantes LGBTI+ sofreram agressões verbais nas escolas em 2024

Sumário

Nove em cada dez adolescentes e jovens LGBTI+ no Brasil relataram ter sido vítimas de agressões verbais dentro do ambiente escolar ao longo de 2024. O dado alarmante foi apresentado nesta quarta-feira (16), durante o lançamento da Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro.

A pesquisa ouviu 1.349 estudantes da educação básica (acima de 16 anos), incluindo alunos do ensino regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), entre agosto de 2024 e janeiro de 2025. O relatório considerou exclusivamente as respostas dos 1.170 participantes que se identificam como LGBTI+.

Os dados revelam um cenário de constante vulnerabilidade. Cerca de 86% dos estudantes LGBTI+ afirmaram se sentir inseguros na escola por características pessoais, como aparência, forma de se expressar ou identidade de gênero. O número é ainda mais preocupante entre estudantes trans e travestis: 93% deles se sentem inseguros no ambiente educacional.

A pesquisa ainda detalha como determinados grupos dentro da comunidade enfrentam níveis distintos de insegurança nas instituições de ensino. Para 67% das pessoas trans, a escola é um espaço considerado pouco ou nada seguro. O mesmo ocorre com 59% dos meninos que não se enquadram nos padrões tradicionais de masculinidade, 49% dos estudantes gays, lésbicas, bissexuais ou assexuais e 40% das meninas que fogem aos padrões esperados de feminilidade ou têm corpos considerados “fora do padrão”.

Outro dado preocupante diz respeito ao assédio sexual no ambiente escolar: 4% dos estudantes LGBTI+ já sofreram esse tipo de violência, sendo que, em 5% dos casos, os episódios foram recorrentes.

Embora 97% das agressões tenham sido praticadas por colegas de escola, a pesquisa aponta que o problema não se restringe aos estudantes. Cerca de 34% dos jovens afirmaram que também sofreram violências por parte de docentes e educadores. Outros 16% identificaram membros da gestão escolar como agressores, e 10% relataram episódios com outros profissionais da instituição.

Diante do cenário apresentado é preciso que escolas promovam espaços permanentes de escuta, diálogo e sensibilização, transformando, assim, o ambiente escolar em um espaço mais seguro e inclusivo para todos.