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Estragos da pandemia: educação ainda não recuperou o fôlego em termos de aprendizagem
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Mais de quatro anos após o início da pandemia de covid-19, a educação brasileira ainda sente seus efeitos. Além disso, desigualdades históricas, especialmente raciais e socioeconômicas, se aprofundaram no período. É o que revela o estudo “Aprendizagem na Educação Básica: Situação Brasileira no Pós-Pandemia”, divulgado nesta segunda-feira (28) pela organização Todos Pela Educação.

O levantamento tem como base os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicados a estudantes do 5º e 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio. Os números de 2023, embora melhores que os de 2021, ainda não igualam os índices de 2019, último ano antes da pandemia.

Os dados mostram que, mesmo após esforços de recomposição de aprendizagem, o Brasil ainda não conseguiu retomar o fôlego: no 5º ano do ensino fundamental, 55,1% dos alunos apresentaram aprendizagem adequada em língua portuguesa em 2023, ligeiramente abaixo dos 56,5% registrados em 2019. Em matemática, o índice também caiu, passando de 46,7% em 2019 para 43,5% em 2023.

No 9º ano do ensino fundamental, os resultados em língua portuguesa permaneceram estagnados, com 35,9% de aprendizagem adequada tanto em 2019 quanto em 2023. Já em matemática, houve uma queda de 18,4% para 16,5% no mesmo período.

No ensino médio, a proporção de estudantes com aprendizagem adequada em língua portuguesa caiu de 33,5% em 2019 para 32,4% em 2023. Em matemática, a situação é ainda mais preocupante: o percentual caiu de 6,9% para apenas 5,2%.

O estudo revela que os esforços de recuperação da aprendizagem no pós-pandemia têm surtido algum efeito, mas ainda não o suficiente para superar os danos causados pelo fechamento prolongado das escolas, pelas desigualdades no acesso ao ensino remoto e pela lentidão em adotar políticas de recomposição efetivas.

Além dos números, o relatório aponta um alerta: sem políticas públicas focadas na equidade, o Brasil corre o risco de consolidar uma geração de estudantes com lacunas profundas em sua formação básica.

Os dados completos estão disponíveis na plataforma QEdu https://qedu.org.br/ que permite análises detalhadas por estado, rede de ensino e perfil dos estudantes.