MOSSORÓ (RN) O governo do Rio Grande do Norte voltou a descumprir, pela segunda vez, a promessa de pagamento aos/as professores/as temporários da rede estadual. Após anunciar que os valores seriam depositados em 10 de julho, a gestão estadual comunicou, em cima da hora, o adiamento para 9 de agosto, decisão que gerou indignação entre os/as trabalhadores/as da educação e dirigentes do SINTE.
A mudança inesperada frustrou a programação financeira de centenas de educadores/as, que já contavam com os valores em conta nesta quarta-feira.
“Não somos apenas nós que precisamos cumprir prazos de planilhas e relatórios! O governo tem obrigação de fazer sua parte também. Mexer no calendário desprograma as pessoas e acaba com a previsão financeira que fazemos”, criticou o coordenador geral do SINTE/RN, professor Bruno Vital.
O governo chegou a divulgar que 90% dos/as trabalhadores/as temporários/as já teriam recebido os pagamentos. No entanto, muitos/as educadores/as rebatem a informação. “Recebemos várias reclamações de não recebimento e poucas confirmações de pagamento. Exigimos do governo mais compromisso com a categoria e o cumprimento dos prazos acordados”, reforçou Vital.
A diretora do SINTE/RN, professora Jucyana Myrna, também reagiu com firmeza. “Bom dia, trabalhadores e trabalhadoras em educação do RN! O governo mente e não apresenta data de adiantamento dos 40% do 13º salário, conforme foi dito pelo secretário de Administração, Pedro Lopes. Exigimos respeito e compromisso com a categoria!”, afirmou.
A frustração da categoria não se limita aos pagamentos dos/as temporários/as. Para o SINTE/RN, a justificativa usada pelo governo para não antecipar os 40% do 13º salário aos/as educadores/as da ativa foi justamente o comprometimento com os passivos dos/as temporários/as. “No final, nem uma coisa nem outra. O 13º esperado para junho só vem em agosto”, lamentou Bruno Vital.
O também diretor do SINTE, professor Ekeoma Santos, acrescentou: “Vamos aos fatos: o governo firma acordo com o SINTE/RN durante a greve, estabelece o pagamento para 10/07 e, pouco mais de 24 horas depois, anuncia o adiamento para 09/08. Palavra dita não se faz curva, ditado popular que o secretariado do governo Fátima parece desconhecer”.
Diante do novo impasse, o SINTE/RN cobra uma posição clara e responsável do Executivo estadual. “É inaceitável que acordos firmados com representantes da categoria sejam desrespeitados de forma recorrente. Essa instabilidade prejudica os profissionais e enfraquece a confiança no diálogo com o governo”, finalizou Vital.
A categoria aguarda um posicionamento oficial da governadora Fátima Bezerra com prazos concretos e medidas de correção. Enquanto isso, o clima é de indignação e mobilização entre os trabalhadores e trabalhadoras da educação.