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Nordeste lidera melhora na atenção com proibição de celulares nas escolas; pesquisa aponta queda do bullying e aumento da ansiedade
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Sumário

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (23) pela Frente Parlamentar Mista da Educação em parceria com o Equidade.info indica que a proibição do uso de celulares nas escolas, sancionada pelo Presidente Lula em janeiro de 2025, já traz resultados positivos no aprendizado em todo o país, com destaque para o Nordeste. Segundo o levantamento, 83% dos estudantes declararam prestar mais atenção em sala de aula após a restrição, e o Nordeste registrou o maior avanço regional, com 87% de respostas favoráveis ao impacto no comportamento escolar.

O efeito foi mais presente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, onde 88% dos alunos relataram melhora do foco. No Ensino Médio o índice caiu para 70%, o que aponta desafios adicionais na manutenção da atenção entre estudantes mais velhos.

Centro-Oeste e Sudeste registraram os menores percentuais de avanço, ambos com 82%.

Além do ganho de atenção, a medida também está associada à redução do bullying virtual. Entre gestores, 77% notaram queda nas ocorrências; entre professores, 65%; e entre alunos, 41%.

A diferença nas percepções sugere possibilidade de subnotificação ou mudanças na maneira como os estudantes identificam e relatam casos de assédio online.

A pesquisa registra, contudo, efeitos adversos. Quase metade dos professores, 49%, observou aumento de ansiedade entre os alunos após a proibição. Entre os estudantes, 44% disseram sentir mais tédio nos intervalos sem o celular. Esse sentimento foi mais pronunciado no Ensino Fundamental I, com 47%, e no turno da manhã, com 46%.

Para o professor Rômulo Arnaud, coordenador geral do SINTE RN e da Regional Mossoró, os resultados reforçam a importância de políticas públicas que acompanhem medidas de restrição. “Além da fiscalização, é necessário investimento em atividades e práticas pedagógicas que ocupem os intervalos e reduzam a ansiedade dos alunos.”, disse o dirigente.

A entidade sindical defende formação continuada para professores/as e estímulo a projetos que promovam convívio social e aprendizagem fora das telas.

Metodologia

O levantamento ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores de escolas públicas e privadas em todas as regiões do país entre maio e julho de 2025. As margens de erro são de 1,8 ponto percentual para estudantes, 5,0 pontos para docentes e 6,6 pontos para gestores.