Durante todo o mês de abril, diversas instituições públicas e privadas no Brasil se mobilizam em torno da Campanha Abril Verde, voltada à conscientização sobre a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. A iniciativa ganha ainda mais relevância nesta segunda-feira (28), Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho. A data foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em homenagem aos trabalhadores mortos em um grave desastre em uma mina nos Estados Unidos, em 1969.
Em 2024, o alerta se intensificou com a divulgação de dados preocupantes sobre a saúde mental dos trabalhadores brasileiros. Segundo o Ministério da Previdência Social (MPS), o país registrou 472.328 afastamentos por transtornos mentais como ansiedade e depressão. O número representa um aumento de 68% em relação a 2023, revelando uma crise silenciosa que se desenrola dentro dos ambientes profissionais e, as escolas não ficam de fora.
Entre os grupos mais afetados, os educadores ocupam uma posição crítica. De acordo com relatos locais, salas superlotadas, cobranças por metas inatingíveis e episódios de assédio moral fazem parte do cotidiano de muitos profissionais da educação. A pressão emocional constante, aliada à desvalorização da profissão e à falta de infraestrutura adequada, tem levado ao adoecimento psicológico de forma recorrente.
O cenário reforça que a saúde e a segurança do trabalhador não podem ser tratadas como responsabilidade individual, mas sim como dever dos estados e municípios. Garantir condições dignas de trabalho, investir em apoio psicossocial e criar mecanismos eficazes de prevenção ao adoecimento são medidas urgentes que precisam sair do papel.
Neste 28 de abril, a Regional do Sinte Mossoró cobra do Estado mais respeito, mais prevenção e mais humanidade nos ambientes de trabalho, especialmente dentro das salas de aula, onde ensinar tem se tornado, para muitos, motivo de adoecimento.