Nesta segunda-feira (19), representantes da Coordenadoria de Combate à Violência nas Escolas, vinculada ao Ministério da Educação (MEC), chegaram à Mossoró para prestar suporte psicossocial à Escola Municipal Duarte Filho, após o episódio de violência registrado na manhã do dia 14 de maio. Na ocasião, um estudante de 15 anos entrou armado com uma faca em sala de aula, ameaçou realizar um massacre e feriu um colega de 14 anos.
A visita técnica à escola foi acompanhada de reuniões com gestores, professores e equipe pedagógica. As atividades continuam nesta terça (20) e quarta-feira (21), com acompanhamento direto à turma envolvida e reunião com os pais dos estudantes.
A expectativa é de que as aulas na unidade sejam retomadas a partir de quarta-feira, mas o retorno ocorrerá em um ambiente ainda marcado pelo medo e, sobretudo, pela falta de respostas concretas sobre como evitar que situações como essa voltem a se repetir em Mossoró ou em qualquer outra escola pública do país.
Embora a atuação do MEC represente um avanço na assistência emergencial, fica a inquietação sobre a ausência de medidas preventivas sistemáticas e contínuas nas escolas. Quantas tragédias ainda precisarão acontecer para que o debate sobre segurança escolar seja tratado como prioridade nacional e não como reação pontual a episódios extremos?
Não se trata apenas de enviar equipes após uma violência consumada, mas de criar uma cultura de prevenção permanente, com programas de saúde mental, formação de professores para lidar com conflitos, canais seguros de denúncia, e, principalmente, investimentos em infraestrutura, vigilância e acolhimento emocional.
É urgente que as ações de segurança, suporte psicológico e prevenção da violência escolar cheguem a todas as escolas, antes que o pior aconteça, não depois. A comunidade da Escola Duarte Filho inicia agora um processo difícil de reconstrução.
Foto: Elisângela Moura