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Atraso nos salários de merendeiras afeta a comunidade escolar; Categoria promete suspender atividades

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Luciene Silva, merendeira da Escola Estadual Moreira Dias, unidade localizada no bairro Boa Vista, em Mossoró, vive uma situação complicada. Há sete anos, ela se dedica a cozinhar para alimentar a comunidade escolar e, neste início de 2025, passou a enfrentar atrasos no pagamento de salários. Com o esposo doente e impossibilitado de trabalhar, Luciene é a única responsável pelo sustento da família. “Cumpro com meu dever na escola e preciso que meus direitos sejam respeitados”, desabafa.

Luciene não está sozinha nessa luta. Um grupo de merendeiras e funcionários de apoio que prestam serviço ao Estado por meio da empresa JMT também está com salários atrasados, além de não terem recebido o pagamento do vale-alimentação e das férias, conforme o que foi estabelecido em uma Convenção Coletiva de Trabalho.

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação, Higienização e Limpeza Urbana do Estado do Rio Grande do Norte (SINDLIMP-RN) afirma que a situação é ainda mais crítica, pois a falta de pagamento levou à suspensão da merenda escolar em várias unidades de ensino, deixando milhares de alunos sem uma refeição básica e essencial.

A revolta não é apenas de quem trabalha nas cozinhas das escolas. Alunos, professores e a gestão escolar da Moreira Dias estão solidários à luta das merendeiras e prestes a realizar, nesta quinta-feira (20), um protesto em frente à escola. A concentração acontecerá a partir das 8h. A diretora da unidade, Andréa Bezerra, reforça o apoio da escola: “Essas profissionais são comprometidas, não faltam, nem chegam atrasadas. A escola está comovida com essa situação.”

O Sinte Regional Mossoró entende que não há como fechar os olhos para esse cenário de sucateamento dos serviços públicos, que afeta diretamente as famílias e a formação dos jovens matriculados na rede. O que está em jogo vai além do atraso salarial. Está em risco o direito à alimentação escolar de centenas de alunos, a dignidade de trabalhadores que garantem a qualidade do ensino e a equidade no acesso à educação. As merendeiras, além de alimentarem a classe estudantil, alimentam a luta por respeito e justiça.

Em resposta à situação, a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer do Rio Grande do Norte (SEEC) se defende afirmando que cumpre os pagamentos à empresa JMT, responsável pelo repasse aos trabalhadores. No entanto, essa explicação é insuficiente. O que se exige é uma solução imediata e eficaz, que passe pela responsabilização dos envolvidos e pela garantia dos direitos dos trabalhadores. O Sinte Regional Mossoró cobra um posicionamento claro e que os responsáveis pelo pagamento dos salários e benefícios dos profissionais sejam identificados e chamados a cumprir suas obrigações.