Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela avanço no número de crianças matriculadas em creches e escolas no Brasil. O levantamento, que faz parte da Síntese de Indicadores Sociais 2024, mostra que, em 2023, o Brasil registrou um aumento na frequência escolar, tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental.
Em 2022, cerca de 36% das crianças de 0 a 3 anos frequentavam creches no Brasil. Já em 2023, esse número subiu para 38,7%. Entre as crianças de 4 e 5 anos, idade em que a matrícula na escola já é obrigatória, também houve um aumento considerável. O percentual de crianças nessa faixa etária que frequentam as escolas saltou de 91,5% em 2022 para 92,9% em 2023.
Apesar da melhora, a pesquisa revela que o Brasil ainda enfrenta desafios no cumprimento das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), que visa alcançar 50% de cobertura de crianças de 0 a 3 anos em creches até 2025. Com um crescimento de 2,7 pontos percentuais em um ano, ainda será necessário um aumento de 11,3 pontos para que o objetivo seja alcançado até o fim do atual PNE, em dezembro de 2025.
Embora o aumento na frequência escolar seja um avanço, os dados também mostram desigualdades regionais. Das crianças de 0 a 3 anos que frequentam creches, 19,5% estão matriculadas na rede privada, o que reflete a desigualdade no acesso à educação infantil, especialmente entre as famílias de menor renda. O estudo mostra que, em algumas regiões do país, o acesso à creche ainda é limitado, o que reflete diferenças nas condições de infraestrutura e nas políticas educacionais estaduais e municipais.
O estudo também procurou entender os motivos que levam as crianças a não frequentarem creches ou escolas. Entre as crianças de 0 a 3 anos que não estão matriculadas, 60,7% não frequentam instituições de ensino por decisão dos pais, um aumento de 3,6 pontos percentuais em relação a 2022. Além disso, 34,7% das crianças fora da escola enfrentam falhas na cobertura educacional, como a falta de vagas, ausência de escolas nas proximidades, insegurança nas redondezas ou problemas no transporte escolar.
Apesar dos avanços registrados, os dados do IBGE indicam que o país ainda enfrenta uma série de desafios para garantir o acesso universal e de qualidade à educação infantil. O aumento nas matrículas, especialmente nas creches, é um passo importante, mas a meta do PNE ainda está distante. O aumento de 11,3 pontos percentuais até 2025 exigirá esforços conjuntos entre o governo federal, estaduais e municipais para expandir a oferta de vagas, melhorar a infraestrutura e garantir que as crianças, especialmente nas áreas mais vulneráveis, tenham acesso à educação desde a primeira infância. O Brasil ainda precisa avançar consideravelmente para alcançar as metas educacionais e garantir a educação básica para todas as crianças.