Os dados do Censo Demográfico 2022: Educação – Resultados Preliminares da Amostra, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam uma realidade preocupante em algumas áreas, com disparidades estruturais que ainda marcam o acesso e a conclusão dos diferentes níveis de ensino. De acordo com o cenário desenhado, é preciso investimento maciço em infraestrutura escolar, formação contínua para os professores e uma valorização digna da categoria, sem a qual qualquer avanço será superficial. Enquanto isso, o governo do Rio Grande do Norte, e municípios insistem em não pagar o reajuste do piso dos professores.
Embora as taxas de frequência escolar no Brasil apresentem avanços, ainda estamos longe de atingir as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O Censo 2022 revela que, na faixa etária de zero a três anos, a frequência escolar bruta era de apenas 33,9%. Para as crianças de quatro a cinco anos, a taxa foi de 86,7%. Isso significa que, embora as taxas na educação infantil para crianças de quatro a cinco anos estejam relativamente próximas da meta de 100% estipulada pelo PNE, a frequência de crianças menores de três anos ainda está muito abaixo da meta de 50%.
O Censo Demográfico 2022 é um alerta: a educação pode ser um motor de mudança, mas para que essa mudança seja efetiva e impacte todos de forma igualitária, é preciso que se enfrente as desigualdades que ainda marcam a educação. E isso exige mais do que números; exige compromisso com a equidade e a justiça social.
A educação, além de ser um direito fundamental, é também uma ferramenta poderosa para a construção de uma sociedade mais igualitária. Mas para que isso se concretize, é necessário que os esforços para melhorar o acesso e a qualidade da educação se alinhem com uma transformação estrutural mais profunda da sociedade e dos governos, a começar pelo reconhecimento da carreira de professores e professoras espalhados por cada parte do Brasil.