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Escola Estadual João Paulo II Realiza a 6ª Edição do Projeto Antirracista Literafro

Sumário

A Escola Estadual João Paulo II realizou mais uma edição do projeto antirracista Literafro, que chega ao seu sexto ano. Iniciado em 2019, o projeto é uma importante ação educacional da comunidade escolar, com o objetivo de cumprir a Lei Federal 10.639/2003, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas de todo o país.

Segundo a professora de Língua Portuguesa Paula Duarte, idealizadora do projeto, o Literafro vai além de um evento pontual, como o Dia da Consciência Negra. “É um projeto que realizamos com profundidade, ao longo de um bimestre, abordando toda a história do povo afro e afro-brasileiro. Trabalhamos com nossos alunos para que compreendam a origem do racismo e, a partir dessa conscientização, possamos entender a realidade social e racial do povo preto e pardo em nossa sociedade, formando cidadãos antirracistas”, explicou a professora.

A importância do projeto vai além da educação dos estudantes. Ele também tem promovido transformações significativas entre os professores, que são incentivados a pesquisar sobre o tema e a conhecer uma história que, por muito tempo, foi negligenciada nos currículos escolares. Além disso, os pais dos alunos também são impactados positivamente, aprendendo e refletindo sobre as questões raciais junto aos filhos, como reforça a professora Paula.

Durante a exibição das apresentações desta sexta-feira (6), Viviane Eloár, estudante do 9º ano, destacou a relevância do aprendizado adquirido. “A partir do estudo em sala de aula, conseguimos entender a história do racismo na sociedade e como ele ainda se faz presente. A nossa turma falou sobre uma figura importante da luta antirracista na África do Sul, Nelson Mandela”, afirmou Viviane, refletindo sobre a importância da conscientização racial no cotidiano.

O projeto Literafro não se limita a uma aula teórica, mas envolve apresentações culturais como dança, teatro e até desfiles de moda, todas voltadas para contar a história de luta e resistência do povo negro.

Eduarda, também estudante do 9º ano, compartilhou que já foi vítima de racismo na escola, quando estava no 3º ano. “Aconteceu durante uma brincadeira. Na ocasião, um amigo começou a rir de mim, fazendo gestos que simulavam a forma de um macaco. Na minha cabeça, aquilo era normal, porque já passei por outras situações e não entendia sobre o racismo. Hoje é diferente, pois compreendo o que é essa prática intolerável”, afirmou a jovem. Para Eduarda, as pessoas não nascem racistas; é o ambiente onde vivem que as tornam dessa forma. “É preciso explicar em casa, nas escolas, e falar sobre como enfrentar tudo isso. A educação é o meio possível para trilhar uma história diferente”, disse ela.

A edição de 2024 do projeto Literafro na Escola Estadual João Paulo II se consolida como um passo importante na formação de uma geração mais consciente e comprometida com a luta contra o racismo, promovendo uma educação transformadora e inclusiva para todos.

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