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ESCOLA JOÃO PAULO II: Prefeito de Mossoró nega terreno para escola no Sumaré, mas já beneficiou empresários e entidades privadas
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Sumário

Por Redação SINTE Mossoró

A população do bairro Sumaré, uma das regiões mais populosas e em expansão de Mossoró, segue à espera de um equipamento público essencial: a sede própria da Escola Estadual João Paulo II. Apesar da demanda urgente de mais de 30 mil moradores, o prefeito Alysson Bezerra (União Brasil) se recusa a doar um terreno para o governo do Estado erguer a unidade, repetindo a mesma postura já adotada em relação ao Instituto Estadual de Educação Profissional (IERN).

A negativa do chefe do Executivo municipal contrasta com o histórico recente de sua gestão. Reportagens do Blog Boca da Noite do Portal Agora RN, denunciaram a prática recorrente da prefeitura de Mossoró de doar terrenos para empresários e entidades religiosas, sem demonstrar o mesmo empenho quando se trata da construção de escolas públicas.

Estrutura precária e risco para estudantes

A Escola João Paulo II funciona desde 1998 em um prédio alugado, localizado na Rua Itaguacy Fernandes, Liberdade II. A edificação, além de não comportar a demanda atual de cerca de 500 alunos, apresenta graves problemas estruturais: infestação de cupins, rede elétrica insuficiente, banheiros inadequados, salas pequenas e ausência de quadra de esportes.

Com a falta de vagas adequadas no Ensino Médio no próprio bairro, jovens precisam se deslocar por trechos perigosos, incluindo a BR-304, o que aumenta riscos de acidentes e custos para as famílias.

Promessa, orçamento aprovado e entrave político.

Em agosto de 2024, a construção da nova escola foi aprovada em primeiro lugar no Orçamento Participativo Popular Estadual, para a cidadã de Mossoró em 2025. A governadora Fátima Bezerra (PT) já garantiu a inclusão da obra no orçamento estadual. “Vamos fazer a escola, isso já está decidido. Agora precisamos encontrar o terreno”, afirmou a gestora em reunião com a comunidade.

Em agenda em Mossoró na manhã desta sexta-feira, 26, Fátima Bezerra foi questionada pela professora da Escola João Paulo II, Paula Duarte, sobre as dificuldades para avançar no processo, a governadora atribuiu a demora à resistência da prefeitura em ceder a área. “Infelizmente, por isso que essa demora toda”, disse, em resposta à professora Paula.

Bairro cresce, mas fica sem escola

Segundo dados da própria prefeitura, o Sumaré adjacências concentra mais de 30 mil moradores e continua em expansão. A ausência de uma escola de médio porte na região expõe um contraste gritante: enquanto o município distribui terrenos a setores privados, nega-se a apoiar uma política pública que beneficiaria diretamente milhares de famílias.

Pressão da comunidade escolar

Pais, alunos e professores relatam frustração com a paralisia do processo. Apesar da precariedade da sede atual, a escola acumula conquistas: aprovações em universidades e institutos federais, desempenho acima da meta do IDEB e premiações em olimpíadas estudantis.

O sentimento, porém, é de esperança. “A gente consegue bons resultados, mas com muita dificuldade. Uma escola nova traria dignidade e segurança para todos”, diz uma professora da unidade.

O que está em jogo

Com a proposta já prevista no orçamento estadual, o que falta é vontade política local. O governo do Estado sinaliza disposição em adquirir o terreno, mas a negativa da prefeitura é apontada como o principal entrave.

Enquanto o impasse se arrasta, estudantes seguem em um prédio alugado, deteriorado e inseguro. E a comunidade do Sumaré, com mais de 30 mil habitantes, continua sendo vítima da escolha política do prefeito Alysson Bezerra de privilegiar interesses privados em detrimento do direito constitucional à educação.