Estudantes do 6º ano, do turno matutino da Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel, localizada no bairro Lagoa do Mato, estão prestes a concluir o ano letivo sem professor de Língua Portuguesa e Artes. Desde o mês de junho, após o professor titular entrar com pedido de licença, a rotina escolar dos alunos mudou. “Diariamente, estamos com aulas vagas, tendo que deixar a escola às 9h30 da manhã, ou até mais cedo, por conta da falta de professor”, conta Marina Evellyn, 12 anos, estudante.
Para Marina, a disciplina de Língua Portuguesa é uma das mais importantes da grade curricular e, apesar de a coordenação da escola dizer que irá repetir a nota das últimas provas, a estudante está mesmo preocupada com o desfalque que vem sofrendo em relação ao ensino-aprendizagem, “estou me sentindo prejudicada; aliás, esse é o sentimento de toda a turma. Português é uma matéria base e, no próximo ano, os professores irão cobrar o conteúdo mais avançado, sendo que não teremos estrutura para acompanhar a disciplina”, desabafa.
No dia 27 de agosto, após pressionar por uma solução e tentar acesso à 12ª DIREC, sem respostas, um grupo de mães de estudantes resolveu acionar o Ministério Público do Rio Grande do Norte e formalizar a denúncia. Segundo Ana Paula, mãe da estudante Marina, dias depois, a escola apresentou professores para os turnos da tarde e noite, porém, a situação dos alunos de quatro turmas do 6º ano, matriculados no período da manhã, continua a mesma. “Nossos filhos vêm sofrendo com a falta de professores em sala de aula. A Educação é um direito nosso; a governadora Fátima Bezerra é uma professora e deveria olhar com atenção para situações como essa. Esperamos solução”, pontua.
A diretora da Escola Raimundo Gurgel, Gisélia Batista, afirmou que foram convocados oito professores temporários e apenas quatro se apresentaram, sendo que nenhum pôde assumir o período da manhã por já possuir vinculo com outras instituições no horário. Já o diretor da 12ª DIREC, Mauro Maciel, disse que aguarda a convocação de professores nas vagas remanescentes para que os educadores sejam encaminhados e possam suprir a necessidade dos alunos.
Enquanto isso, os estudantes lidam com a falta de aulas e temem que o ano letivo encerre sem a presença do professor ou professora dessas disciplinas. “A metade do ano sem aulas de Português e Artes trará prejuízos irreversíveis para nossas turmas”, revela a estudante Marina. O Sinte Regional Mossoró cobra um posicionamento do governo em relação a este assunto, para que a situação seja resolvida com a convocação de profissionais habilitados, e que seja feita a reposição de aulas, a fim de amenizar os prejuízos causados aos alunos.