Mesmo em meio a uma série de protestos, nesta terça-feira (29), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), realizou o leilão que privatiza o primeiro lote de construção e manutenção de 17 escolas públicas estaduais. O Sinte Regional Mossoró repudia o ato inconsequente da privatização da Educação, bem como a destruição da escola pública, e lamenta a atitude do governo.
O consórcio Novas Escolas Oeste SP, que tem como empresa líder a Engeform Engenharia LTDA, sócia da Consolare, empresa que administra sete cemitérios na capital paulista, saiu vencedor da disputa, com uma proposta de 3,38 bilhões de reais. No total, serão construídas 462 salas de aula no prazo de um ano e meio, e o consórcio terá de administra-las por 25 anos.
Com ruas bloqueadas pelo governo no momento do leilão, realizado na sede da Bolsa de Valores B3, centenas de estudante e membros do sindicato dos professores de São Paulo (Apeoesp) protestaram contra a privatização. Cartazes traziam mensagens como: “minha escola não está à venda” e “vender a escola é vender estudantes”. Na prática, isso é exatamente o que acontecerá: o governo repassará R$ 700 por cada um dos 17 mil alunos que devem ser matriculados nessas escolas. O Executivo estadual pagará, mensalmente, 11,9 milhões de reais para que o consórcio administre as unidades.
Ao fim do leilão, o governador de SP, Tarcísio de Freitas, alegou estar dando “um passo fundamental na questão da Educação”. Enquanto a população assiste ao desmonte da educação, já está sendo preparado outro lote para ser leiloado durante o mês de novembro. No instante em que as escolas lutam por recursos básicos, o governo opta por entregar a educação a empresas que priorizam o lucro em vez do desenvolvimento educacional. Para o Sinte, transformar a educação em mercadoria é um retrocesso que compromete o acesso e a qualidade do ensino.