Quando o ambiente escolar deixou de ser um espaço seguro? Nesta sexta-feira (23), mais um caso de violência voltou a tomar conta da comunidade escolar. Dessa vez, um homem foi preso suspeito de cometer crime de pedofilia na Escola Municipal Felício de Moura, no bairro Bom Jardim, em Mossoró. A Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada até o local após receber um chamado da escola.
De acordo com informações da GCM, o suspeito, pai de um dos estudantes, usava o momento da entrada e saída escolar para realizar os registros, agindo de forma sorrateira. A ação rápida da direção da escola, e equipes da Ronda Ostensiva de Proteção Escolar e do Pelotão de Ação Ambiental Municipal evitou consequências ainda mais graves. O caso foi enquadrado no artigo 218-C do Código Penal, que trata do registro não autorizado da intimidade, podendo haver agravantes por se tratar de ambiente escolar e vítimas menores de idade.
Após receber relatos de estudantes, de que o suspeito estaria fazendo uso do celular para registrar imagens das alunas e funcionárias no ambiente escolar, a diretora convidou o homem para uma conversa na sala da direção e, sem ele perceber, acionou a GCM pelo disque denúncia, 153. Após relutar em mostrar o celular, o homem cedeu e a diretora identificou conteúdos com indícios de registros inadequados e invasivos.

Situações como essa revelam a falência de um sistema educacional que não investe o suficiente em segurança preventiva. Em vez de apenas reagir a tragédias, o poder público precisa assumir a responsabilidade de estruturar medidas permanentes e eficazes de proteção no ambiente escolar.
A população pode, e deve denunciar casos como esse por meio dos canais 153 (GCM) ou 190 (PM). No entanto, confiar exclusivamente na denúncia popular como estratégia de segurança é empurrar a responsabilidade para a sociedade civil, quando ela deve ser assumida, prioritariamente, pelo Estado e Município.