Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Mais de 9 milhões de jovens abandonam a escola antes de concluir o ensino básico, aponta IBGE
[rank_math_breadcrumb]

Sumário

Em 2023, mais de 9 milhões de jovens, com idades entre 15 e 29 anos, abandonaram os estudos antes de finalizar o ensino básico no Brasil. O dado alarmante foi revelado pela pesquisa “Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números mostram que, até 2023, 9,1 milhões de jovens não concluíram o ensino básico, uma realidade que chama a atenção para as causas multifacetadas do problema. Entre os homens, a principal razão para o abandono escolar foi a necessidade de trabalhar, que representou 53,5% dos casos. Já entre as mulheres, as causas são mais complexas: 32,6% interromperam os estudos devido à gravidez ou às responsabilidades relacionadas às tarefas domésticas, ao cuidado de crianças, adolescentes, idosos ou pessoas com deficiência. Esses fatores superaram, inclusive, a falta de interesse pelos estudos (20,9%) e a necessidade de trabalhar (25,5%).

Os dados, mais do que apenas números, revelam realidades profundas: sonhos interrompidos e um imenso desperdício de potencial humano. Jovens que, muitas vezes, ao deixarem a escola, ficam à margem de oportunidades que poderiam transformar suas vidas e a sociedade como um todo.

A questão do abandono escolar não é novidade e persiste como um problema recorrente nas últimas décadas. A cada mandato, seja a nível municipal, estadual ou federal, o desafio continua. O que explica essa continuidade do problema? Fatores estruturais, como a falta de recursos, a desigualdade social e as carências de programas efetivos de apoio escolar, continuam a influenciar essa realidade.

É fundamental que os governos de todos os níveis priorizem a educação, não apenas com a construção de escolas, mas com programas que incentivem a permanência dos jovens nas salas de aula. A criação de mecanismos de apoio psicossocial, a formação de professores e a implantação de políticas que atendam às diversas realidades dos estudantes são essenciais para reduzir esse índice. Além disso, é imprescindível que os programas de educação considerem a especificidade das necessidades das mulheres, promovendo a igualdade de gênero no acesso e permanência escolar.

Os dados apresentados não podem ser vistos apenas como números, mas como um retrato da desigualdade educacional no Brasil e uma chamada urgente para que o país reveja suas prioridades.