Natural de Pau dos Ferros, cidade do Alto Oeste potiguar, distante 190 quilômetros de Mossoró, Maria Edileuda Rêgo (69) é professora aposentada, e dona de um patrimônio intelectual construído a partir da educação. Desde criança ela sempre sonhou com a sala de aula. Os verbos ensinar e aprender passaram a conjugar a vida da educadora. No domingo, 19 de janeiro, Edileuda participou do Quem Quer Ser um Milionário? quadro do Domingão com Huck e ganhou R$300 mil reais. O apresentador resolveu dar a chance para ela participar depois de ficar 13 semanas na primeira etapa do programa.
“Depois da minha inscrição no programa QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO, feita pelo meu sobrinho, Rodolfo, eu comecei a estudar sem muita fé que iria ser chamada. Mas quando me ligaram perguntando se eu ainda toparia participar, respondi um grande sim e comecei com muito afinco a montar um cronograma de estudo, o qual contemplava várias áreas. Montava apostilhas dos resumos para o estudo padrão, mas quando cansava da leitura assistia aos quizzes do YouTube, revisitando vários assuntos, quais sejam, a bíblia, temas sobre o Brasil, de um modo geral”, revela Edileuda que há 1 ano passou a estudar 12 horas por dia em busca de se preparar para o programa.

Durante todo esse tempo, a professora conta que, todas as noites carregava a sensação de saber pouco, por isso transitou por vários contextos culturais: novela, cinema, cultura de um modo geral. “Para quem entrar no programa, é uma mistura de adrenalina, expectativa, e, claro, uma oportunidade de mudar a vida. A dinâmica de responder questões de conhecimento geral, com aquele formato tenso e ao vivo, cria uma sensação única de estar na linha de frente, com todos os olhares sobre você”, compartilha.
Edileuda chegou na décima-quarta pergunta, que valia R$ 500 mil. “Quantos quilômetros de vasos sanguíneos tem o corpo humano, aproximadamente?”, foi a pergunta com as alternativas 550 quilômetros, 2 mil quilômetros, 43 mil quilômetros e 96 mil quilômetros. Ela chutou a letra A (550km) quando a resposta certa estava na letra D (96 mil). “Mesmo que você não ganhe o prêmio, estar ali é um feito e tanto. Você sente que está sendo testado de diversas formas – intelectualmente, emocionalmente, e até com a pressão do público” conta Edileuda.

Ao concluir o curso pedagógico em 1973, Edileuda assumiu o concurso público do Estado e passou a lecionar na Escola Soldado Luiz Gonzaga, em Natal. Depois de ter alcançado a graduação de Letras, em 1978, foi ensinar na Escola Estadual 31 de março e no campus avançado da Uern, em Pau dos Ferros (RN). O currículo da professora foi sendo alimentado dia a dia, e hoje já conquistou título de Doutora. “Não parei de estudar! Sou uma mulher inquieta com os saberes. Estudo sanfona, sou escritora, tenho dois livros publicados sobre memórias (Memórias Com Cheirinho de Flores e Memórias Experienciais do Self Social em Sala de Aula: Tempero Para a Vida Toda). Neles, conto toda a minha vida e minha trajetória educacional”, revela.
“A educação tem um poder transformador imenso porque é a chave para o desenvolvimento pessoal e coletivo. Levantei a bandeira da educação porque eu sou a prova viva de que ela é libertadora! Estudar não tem idade, idade não é barreira. O céu é o limite para alcançar todos os nossos sonhos, porque quem tem medo, não vence. Sou corajosa e estou pronta para novos desafios”, conclui a professora.