De acordo com a pedagogia do mestre Paulo Freire, a educação é um ato de amor, por isso um passo de coragem. Como anda a sua disposição em termos de ensinar e aprender? Desde muito cedo Serginaldo Bezerra desejou ser professor. Absorveu o exemplo em casa com a mãe, Helena Hermínia, hoje, professora aposentada. O menino de Helena virou Cientista Social, graduado pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), mestrando em Sociologia. Serginaldo atua como professor desde 2012, na Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel. O desafio é fazer com os alunos possam refletir sobre o mundo social, e a própria identidade enquanto sujeitos.
Como forma de transformar o espaço de ensino aprendizagem, o professor do ensino básico criou a feira de Ciências, a FECIRG, que neste ano de 2024 celebra nove anos. Para dar vida ao projeto, o professor resolveu pedir ajuda e montar um grupo de monitores voluntários, que auxilia nos eventos científicos. São 14 monitores, ex-alunos que retornaram a escola com a missão de devolver um pouco do conhecimento que puderam armazenar ao longo dos anos de estudos. “A educação com a qual eu sonho está ligada a qualidade nas escolas públicas. Acredito que essa escola pode ser alcançada, pois temos professores comprometidos, e um país rico que pode crescer”, diz Serginaldo.
Como resultado de toda a entrega, no período entre 2017 e 2023, a escola onde ensina conquistou 20 prêmios na Feira do Semiárido Potiguar, 19 premiações na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), dentre eles, o primeiro lugar em Ciências Agrárias, além de prêmios em outras feiras como a Milset e a Mostra Nacional das Feiras de Ciências. No ano de 2023, a Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel atravessou fronteiras, e participou da maior Feira de Ciências do mundo, a Regeneron International Science and Engineering Fair (ISEF), que aconteceu em Dallas, no Texas. Para Serginaldo, a educação deve chegar às mais variadas classes sociais, produzindo oportunidades, ao mesmo tempo em que contribui para que o aluno possa desenvolver o pensamento critico social.
Para o professor Diego Moreira, atuante na rede do município de Mossoró, a educação não se faz somente nas escolas, “a sociedade inteira precisa abraçar, fazer junto; às vezes os pais não colaboram, e os órgãos governamentais não levam a sério”, revela. A primeira vez que o Profissional de Educação Física se viu professor, foi durante uma colônia de férias, na faculdade. Desde então, descobriu qual trilha seguir, e passou a dividir a vida entre João Pessoa, na Paraíba, e Mossoró, RN. A profissão acaba tirando-o um pouco de perto da família, no entanto, basta olhar nos olhos do professor Diego para enxergar um brilho sobrenatural toda vez que encontra com as crianças.
Se os caminhos da educação são cheios de desafios, o professor ajuda a escrever a mudança que deseja ver para as próximas gerações. A didática aliada à empatia do ser humano e profissional, pois um não existe sem o outro, têm conquistado os estudantes por onde passa. Com Paulo Freire, Diego aprendeu que, “criar o que não existe ainda deve ser a pretensão de todo sujeito que está vivo”, por isso sonha e trabalha para que a educação seja mais atrativa ao aluno. “Sonho com uma educação integral, onde as crianças passem a maior parte do tempo tendo contato com arte, cultura, esporte, e laboratórios”, afirma.
Neste mês em que é celebrado o dia do professor, 15 de outubro, o Sinte Regional Mossoró exalta a escolha daqueles que decidem acreditar na educação como forma de transformar e melhorar o mundo. Que não falte esperança do verbo esperançar, e que juntos possamos lutar por mais valorização e qualidade nas escolas. Que possamos formar muitos de nós, outros que seguirão diferentes caminhos, mas todos guiados pela educação construída a partir de um professor ou professora.
