Enquanto os estudantes se preparam para voltar às aulas, uma questão importante para os profissionais da educação permanece sem resposta: o reajuste salarial dos professores. Com o mês de fevereiro já em curso, tanto o governo estadual quanto o municipal mantêm silêncio sobre o assunto, deixando a categoria sem qualquer posicionamento oficial.
Em Mossoró, a situação parece se arrastar sem mudanças significativas. Em 2024, o prefeito Allyson Bezerra se recusou a aplicar o reajuste de 14,95% no piso salarial dos professores, um valor estabelecido nacionalmente, e caminha para repetir o mesmo feito em 2025, com a promessa de um reajuste de apenas 6,27%, que também não sai do papel. A negativa do prefeito reflete uma postura desrespeitosa com os educadores da cidade, que seguem sem o reconhecimento devido por um trabalho que é essencial.
Enquanto a gestão municipal de Mossoró ignora as demandas da categoria, outros municípios do Rio Grande do Norte vêm garantindo a valorização dos profissionais da educação. Areia Branca, Macau, São Fernando, Jardim do Seridó, Itajá, São Bento do Trairí, Encanto, Ceará-Mirim, Parazinho, Jardim de Angicos, Jandaíra, Pau dos Ferros, João Câmara, Cerro Corá e Monte Alegre estão entre os locais que já garantiram o reajuste salarial para os professores, em um reflexo claro da luta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-RN).
Em Mossoró, porém, a luta parece mais difícil. Eliete Vieira, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Mossoró (Sindiserpum), relatou a insistente tentativa de diálogo com a Prefeitura para negociar o reajuste de 6,27%. “Protocolamos ofício solicitando audiência, e a gestão até agora não acenou com alguma resposta ou data. Iremos enviar outro ofício para tentar audiência com o novo secretário de Educação”, afirmou. A falta de um posicionamento claro do prefeito Allyson Bezerra e da gestão municipal cria um ambiente de incertezas para os educadores, que se sentem cada vez mais desvalorizados.
No âmbito estadual, a situação não é muito diferente. A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, também permanece em silêncio sobre a valorização dos professores e o reajuste do piso salarial. A ausência de pronunciamentos da gestão estadual, somada à postura da Prefeitura de Mossoró, gera um cenário de desânimo e revolta entre os profissionais da educação, que se sentem cada vez mais distantes de uma valorização justa.
A educação deve ser uma prioridade para qualquer gestão pública, seja municipal ou estadual. O silêncio dos governantes diante dessa reivindicação apenas reforça a sensação de descaso com uma das profissões mais importantes para a formação da sociedade. Em Mossoró e no RN; a pergunta que não quer calar é: quem valoriza a educação? O Sinte segue forte na luta e promete intensificar forças para garantir o que é de direito aos profissionais da educação.