Nesta quarta-feira (9), o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram os dados complementares da primeira etapa do Censo Escolar 2024. Uma das informações que mais se destaca é que as matrículas em escolas de tempo integral da rede pública passaram de 18,2% em 2022 para 22,9% em 2024, totalizando 965 mil inscrições. Em Mossoró, no entanto, a realidade é preocupante.
Um exemplo claro disso está diretamente relacionado à Escola Estadual Professor Hermógenes Nogueira, conhecida por oferecer turmas em tempo integral. O problema é que a unidade enfrenta sérios desafios devido à falta de estrutura. Com 437 alunos matriculados, a instituição atualmente funciona no prédio do CAIC do Abolição IV. As atividades foram transferidas para esse local devido à promessa de reforma do prédio original por parte do Governo do Rio Grande do Norte, conforme já mostrado anteriormente neste espaço. Inclusive, a obra encontra-se paralisada desde novembro de 2024.
De acordo com a professora Osiene Silva, a situação envolvendo o espaço cedido é precária. “Estamos confinados: salas quentes e minúsculas, queda constante de energia e goteiras. Temos uma turma do integral que não está funcionando devidamente porque não temos estrutura para oferecer. É desagradável para nós, professores, e também para os alunos”, afirmou a educadora, expressando a frustração de toda a comunidade escolar.
A escola, que deveria proporcionar um ensino de qualidade com jornada ampliada, não está conseguindo atender a essas expectativas devido às condições inadequadas, o que afeta diretamente o ambiente de aprendizado, tornando-o desconfortável e até mesmo inseguro. A consequência disso envolve ainda, a evasão escolar, já que os alunos buscam transferência para outras instituições.
A Regional do Sinte Mossoró defende que é preciso fortalecer a política de incentivo para que o modelo de escola integral funcione com a devida qualidade. A situação em Mossoró serve de exemplo para mostrar que a oferta de vagas sem a devida estrutura é insuficiente e não funciona.
As estatísticas de matrículas servem como base para o repasse de recursos do governo federal e para o planejamento e divulgação das avaliações realizadas pelo Inep. Dessa forma, é necessário que o governo do Rio Grande do Norte esteja comprometido com a educação pública de qualidade. O Sinte volta a cobrar a conclusão da reforma do prédio da escola Hermógenes, uma vez que o governo já prejudicou demais o ensino e a aprendizagem dos estudantes matriculados na instituição.
